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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Não Sou Capaz





Minhas lágrimas são fervorosas
Chegam a derreter as retinas
Onde cegam meu olhar,
Por mais que eu tente te esquecer,
O coração teima em te encontrar.

O silencio geme dentro de um vulcão
De dor e melancolia,
Onde a tristeza disputa o lugar com a saudade,
Um lugar disperso com cheiro de morte,
Vou vagando por ai...
A mercê da própria sorte.

Eu não me reconheço
Diante de um espelho a imagem é turva,
Os dias não têm mais cor...
Sumiu o azul do céu,
Tudo esta cinzento,
Nada mais tem valor.

Como pode a tua ausência
Doer tanto assim,
A ponto de me matar e continuar vivendo,
A dor é grande demais
Nada me satisfaz...
Por mais que eu tente
Esquecer-te,
Não sou capaz.

Rosangela das Graças Schivei

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Um Gesto


Talvez tu digas,
Nada fiz para que me amasse tanto assim!
Sou ninguém...
Insignificante,
Não tenho beleza alguma,
Nada fiz...
Nada sou...
Nada tenho...
E por que me ama?
Tu lembras aquele carinho!
Do teu jeitinho de menino carente,
Do beijo mal dado que escorregou no canto da boca,
Deixando-me louca...
Digo-te que por não fazer nada me conquistou,
Por não ter nada me deu tudo,
Por não ser ninguém,
Tornou-se importante,
E por não ter beleza é que se tornou a jóia mais bela e rara!
Seu sorriso sua boca, seu olhar, entrou no fundo da minha alma contagiando meus sonhos!
Um gesto por menor que seja, fica na memória,
Para o resto da vida.

Rosangela das Graças Schivei

sexta-feira, 15 de abril de 2011

A Menina em Mim



Que o medo de amar,
Não me deixe sozinha num mundo estranho
Sem vontade de sonhar.

Se eu encontrasse novamente o teu olhar,
Iria sem medo neles mergulhar
E resgataria tudo que um dia deixei passar...

Os sonhos de menina
 Que bailava com suas imaginações,
Achava tudo bonito
Nos toques das canções.

E no bailado de seus sonhos
A vida lhe sorria,
Como rosas que nos jardins se abrem
Exalando seus perfumes,
Transformando tudo em poesia.

É essa menina que busco
Novamente em meu olhar,
Porque dentro do meu coração,
Ela nunca deixou
O sonho acabar.

A menina em mim
Que grita alto
Quer aparecer,
Vive sorrindo
Nunca me deixa entristecer.

Rosangela das Graças Schivei

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Adeus



A onde eu estava, quando me perdi do seu olhar?
Em que lugar dessa vida o tempo me tirou de você?
Vagando por ai sem destino fui me perdendo do presente,
Hoje acordei no passado,
Onde tudo foi de mim a força arrancada.

Acordei tarde o tempo passou você de mim esqueceu,
Dentro de seus olhos algo de bom morreu,
Paralisei no tempo, não vi passar...
Agora é tarde, não tem como recomeçar,
Perdi minha juventude meus sonhos de criança,
Meus sonhos de amor ficaram enterrados em algum lugar,
Perdido no mistério da vida que até hoje ninguém soube explicar.

A onde eu estava quando você disse que me amava,
Eu não dei ouvidos, não acreditei,
Só depois que te perdi é que pude perceber,
O quanto eu o amava.
Mais eu me perdi, o tempo tirou minha razão,
Minha paz e minhas emoções.
Hoje posso ver em frente de um espelho, as marcas da tristeza refletindo em meu olhar,
No canto da boca um fio de sorriso que se esconde com medo de ser feliz.


É esse sorriso que á muitos eu neguei,
Fechei-me no tempo, acelerei os passos e te perdi,
Corri demasiadamente procurando o que não existia,
Achando que estava longe...
E, não percebi que bem á minha frente à felicidade,
Sorria.

Fui buscando o inevitável, o frio da solidão,
Procurando ser feliz com suas lembranças,
Não vi o tempo passar,
A velhice chegar...
Você de mim se afastar,
Eu matei um sentimento bonito,
Por medo de ser feliz,
Por medo de amar.

Hoje não dá mais tempo pra consertar,
É tarde demais...
Um dia te desprezei,
Hoje me em seus olhos
Não sou capaz de encarar.


Vou vivendo por ai tentando
Em meu peito esse amor sufocar,
Esse sentimento não morre...
É ele quem vai me matar.

É o amor que não amou...
É a vida que passou...
A velhice que chegou.
É um sonho que morreu
O amor que se perdeu...
E nesse percurso

Não se ouve a palavra,

Adeus.



Rosangela das graças Schivei

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Murmurias



O jovem sorriu para o velho,
E no coração do velho uma esperança,
O jovem plantou.

O velho passou!
E o jovem murmurou!
Ontem ele foi eu!
Amanhã eu serei ele!

O velho murmura o passado,
O jovem espera o futuro.

O velho se orgulha de suas experiências,
O jovem lamenta-se...

O velho canta canção romântica,
O jovem cai na balada...

O velho age com cautela,
E o jovem se rebela.

Rosangela das Graças Schivei

A Velha Cadeira de Balanço


Todos nós sonhamos com uma velhice,
Boa, cheia de paz,
Uma cama quentinha,
Contemplar o amanhecer...
Ouvir os pássaros fazendo alvorada...
No romper da aurora...
Tomar água fresca da bica...
Ter o carinho, da família, e dos netinhos,
E, na velha cadeira de balanço,
Ver o por do sol...
Contemplando a natureza...
Sentir o cheiro da relva...
Recordando os velhos tempos, que soam como melodia em nossas memórias,
E, no suave ranger da cadeira,
Cansado pelos pesos da idade...
Num sorriso que se tornou inocente, como criança,
E seu andar já não é o mesmo, arrastando seus chinelos...
E, o orgulho de ter chegado ate ali...
E, a experiência que trás...
E, sabedoria...
Antes jovem forte...
Hoje!
Um sábio...
Maduro, vivido...
Alguns esquecidos...
Outros protegidos...
Assim como você!
Eu também sonho,
Com a velha cadeira de balanço.

Rosangela das Graças Schivei