Páginas

terça-feira, 29 de outubro de 2013

POR IMPULSO



POR IMPULSO

Houve um dia, meu amor,
que por impulso me disseste: fica!
E sem pensar, fiquei.

Tentativas vãs de deter o tempo,
como se pudéssemos segurar
água e areia escorrendo entre os dedos.



Tentei ouvir o que não me disseste,
tentaste me dizer o que eu não quis ouvir
e a verdade se perdeu.

E o que fizemos dessas tantas chances
que nos demos? 

Num rompante de recuo e de medo,
soltaste minhas mãos oferecidas
e esgarçaste a seda do desejo.

Louca, fiz dos sonhos uma fogueira,
e me ceguei para setembro.
Agora é tarde!

Por impulso, amor, por impulso
nos perdemos.

Leide Borges. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário